Last year we interviewed tap dancer Felipe Galganni. I thought we would re-share his interview with you but this time in his native language. You can find the English version of this interview here. I also strongly recommend you check out this beautiful piece of choreography! Thank you, Felipe, for providing the translation!
NH: Quem são seus coreógrafos favoritos ( sapateado e outros estilos)?
FG: Chikako Iwahori, Brenda Bufalino, Max Pollak, Lynn Schwab, Michelle Dorrance. Eu também adoro o Bob Fosse.
NH: O contato com Heather Cornell teve uma grande influência na sua vida. Como a dança dela se comunicou com o seu trabalho?
FG: Tive o primeiro contato com a Heather num workshop no Rio de Janeiro em 2010. A cidade de São Paulo não é um local onde temos muitas aulas com estrangeiros, por isso eu aproveitava todas as oportunidades que surgiam.
Eu me apaixonei quando conheci a Heather. Sua doçura, sua humildade e o jeito com que ela ensina sapateado e música me inspiraram para realizar um curso intensivo de verão em NY. Dois meses antes de viajar, decidi vender meu carro e me mudar para os EUA. E desde então, estou aqui.
NH: Você cresceu estudando outras modalidades de dança além do sapateado americano. Você continua fazendo essas outras aulas? Você sente que ter estudado outros estilos de dança colaborou com seu sapateado?
FG: Eu cresci vendo e dançando samba como a maioria dos brasileiros. Estudei jazz, sapateado, ballet e contemporâneo. Nunca fui um grande bailarino, mas a dança me ajudou a desenvolver habilidades básicas, como os giros e o equilíbrio. Além disso, me ajudou a considerar meu corpo como um todo no sapateado, e não só os pés.
NH: Recentemente, você me contou a história sobre o seu primeiro par de sapatos e sua primeira aula de sapateado. Você pode dividir essa história com a gente?
FG: Claro! Quando eu tinha 14 anos ganhei um dinheiro de presente de aniversário da minha família e decidi comprar meu primeiro sapato. Eu "praticava" em casa e até fiz uma performance na escola, mesmo sem nunca ter feito uma aula.
Então, quando eu tinha quinze anos, finalmente encontrei uma escola de dança que tinha sapateado na grade. Eu me lembro que não era muito barato, mas meus pais apoiaram a minha vontade.
Quando cheguei na aula a professora me perguntou se eu já havia sapateado antes. Eu disse que sim, e ela me pediu se eu poderia mostrar meu passo favorito. Fiz um estilo único de dança, que até hoje não me lembro o que foi, mas sapateei (risos). Anos depois ela me lembrou deste fato e rimos muito. Seu nome é Valeria Petroni, e ela foi uma excelente professora nos meus primeiros anos de sapateado. Sou muito grato por ter aprendido tanto com ela.
NH: Você pode me falar da comunidade de sapateado do Brazil comparada com Nova York?
FG: Como mencionei antes, sou de São Paulo e a comunidade é muito pequena. Eu estava sempre viajando para cidades próximas, ou trazendo profissionais para dar aulas na cidade. Já passei por situações em que tive que explicar para as pessoas o que era o sapateado, porque elas nunca tinham ouvido falar na dança. O que é compreensível, pois é uma forma de arte americana. Entretanto, a comunidade tem crescido muito nos últimos anos e e ela conta com meu total apoio.
NH: Faz três anos que você mudou do Brasil para os Estados Unidos, e falando com você eu diria que seu inglês é muito bom. Você pode contar um pouco de como era dar aulas quando seu inglês não era tão afiado? Qual tipo de ferramentas você usava para se comunicar quando as palavras lhe faltavam
FG: Eu me lembro quando dei a minha primeira aula nos EUA. Foi para a Lynn Schwab na Steps on Broadway. É difícil quando você precisa explicar coisas que está acostumado a dizer em outra língua. Eu me senti frustrado e trabalhei duro. Enfrentei o desafio, e aprendi muito perguntando para os próprios alunos quando não sabia.
Honestamente, meu inglês ainda não é perfeito, e ainda tenho que aprender bastante. Por exemplo, na aula de hoje, a única maneira que encontrei para explicar o que queria foi dizendo: “Imagine você usando uma fralda”. Depois, eu afirmei: “Hora de colocar a fralda!”. E, claro, no final da aula, eu lembrei: “Não esqueça de trazer sua fralda na próxima aula”. É divertido!
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